sábado, 9 de julho de 2011

DISCIPLINA PEDAGOGICO E AS TEORIAS PSICOGENETICA

FALANDO SOBRE ENSINO APRENDIZAGEM
 DINAMICA DE GRUPO
FALAR SOBRE OS SEGUIENTES PONTOS:
 ENSINO -APRENDIZAGEM
PROFESSOR
 ALUNO
ESCOLA
 1º dia da disciplina : Texto . O mestre tem obrigação de formar.
 Da   unidade para diversidade atraves da educação.
Da unidade para a Diversidade através da Educação
Thereza Bordoni *
Através de observações constantes do dia-a-dia escolar e leitura de vários livros e teses sobre educação, venho buscando clarear as relações entre a inversão de valores sociais e o processo educacional.

Percebo que o reflexo de uma sociedade sem limites e confusa em seu processo de formação, influenciada por uma globalização desmedida, trouxe para a escola um aluno sem parâmetros de comportamento social, com um discurso vazio e fundamentado somente nos “meus direitos”, com uma visão parcial de acontecimentos sócios-políticos e o que é pior sem objetivos para com a sua vida escolar.

Iniciamos o século XXI com um atentado terrorista a maior potência do último século e através das reações mundiais ao fato, percebemos a falta de consistência de uma formação humana, também papel da escola. Sofremos também um processo de banalização da vida, seja por crimes ou por programas televisivos onde a venda da privacidade se transforma em fama. Observamos ainda o processo de globalização econômica e cultural e a crescente importância que assumem os fóruns políticos internacionais. Isso coloca, para a escola, novas demandas e para aprendermos a lidar com os novos professores e alunos, precisamos desmistificar os fracassos do século XX e analisar a Historia através de um contexto sócio-político-pedagógico.

Tais injunções do mundo moderno colocam a relevância de discussões sobre a dignidade do ser humano, sobre a igualdade de direitos, a recusa categórica de formas de discriminação, a importância da solidariedade e da observância às leis, assim como colocam a necessidade de acatar e prever formas de simbolização associadas às múltiplas posturas de inscrição possível no mundo das relações sociais.

Historicamente, a escola desenvolveu-se como uma formidável máquina de normalizar, às vezes para tornar possível a democracia, para favorecer uma coexistência baseada no livre consentimento e no contrato social mais que na violência, outras vezes para substituir as tiranias rústicas de antes por totalitarismos que controlavam os espíritos acima de tudo. Esse desejo de unidade apresenta um problema: empobrece progressivamente a diversidade dos modos de vida e de pensamento, em prol de uma língua escolar, de um pensamento ortodoxo, de uma racionalidade exemplar, de uma sensibilidade e de uma ótica codificadas, de uma cultura de massa.

O séc. XXI coloca, mais do que nunca, a necessidade de que a educação trabalhe a formação ética e plural dos alunos. Cabe à escola assumir-se enquanto instância de discussão dos referenciais éticos, políticos e sociais, não enquanto instância normativa e normatizadora, mas como espaço social de construção dos significados éticos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania. A escola deve encontrar um caminho intermediário entre a unidade e a diversidade, tanto no que se refere aos percursos e à formação dos alunos quanto ao que se refere às práticas pedagógicas, aos valores e às representações dos profissionais.

Infelizmente este caminho ainda é desconhecido no interior de muitos dos estabelecimentos escolares, apesar de todas as inovadoras tendências pedagógicas e os estudos teóricos-práticos ocorridos no último século. O mundo pode transformar-se, a economia pode desmoronar e reestruturar-se, as sociedades podem recompor-se, os refugiados podem multiplicar-se, enquanto a escola continua percorrendo seu próprio caminho, tomando às vezes cinco minutos para falar da pedofilia na igreja ou da guerra do Oriente Médio, e voltar rapidamente às “coisas sérias”, todos preocupados em progredir e em concluir o ano sem se expor à crítica dos pais e colegas.

Pais e alunos consideram-se consumidores de escola (Baillon, 1982), utilizando ao máximo os recursos escolares para garantir o melhor diploma, sem se preocupar em saber se suas estratégias agravam as desigualdades sociais ou se além dos saberes para passar no vestibular o aluno está levando consigo uma formação humanitária recheada de valores. Em contra partida os professores se preocupam em encontrar um posto de trabalho estável e confortável, em se proteger dos alunos com problemas, dos pais exigentes, dos diretores dinâmicos, das reformas ambiciosas. Ensinar “macetes”, trabalhar conteúdos meramente acadêmicos é muito mais fácil que formar cidadãos. Assim, muitas vezes a compreensão e a analise crítica de mundo se transformam em perda de tempo letivo. São posturas como estas que favorecem a formação de uma sociedade sem valores morais. Estas posturas não deveriam mais fazer parte da realidade educacional de um segmento que discute competências e habilidades, múltiplas inteligências, avaliação formativa, tempo de formação, entre outros.

Porém, na escola, todos os dias nasce um compromisso frágil entre o respeito pelas pessoas – por suas necessidades, seus ritmos, seu pensamento - e as exigências do programa, do trabalho, da avaliação, do horário, da coexistência. Sabemos que existe uma tensão quase intransponível, entre o desabrochar do indivíduo e sua integração na sociedade, entre o desejo de igualdade e o respeito pelas diferenças, entre os interesses do professor e os do aluno, entre o projeto pessoal do professor e sua fidelidade ao programa recebido. Para Edgar Morin, a complexidade está na base, na irrupção dos antagonismos e faz-se necessário pensar essas contradições de forma conjunta. A sociedade cria uma conexão planetária mas não consegue reinventar a escola. Já existe uma movimentação dos educadores na busca de um trabalho transinterdisciplinar, permeado de valores éticos, morais e solidários; na formação de uma escola aprendente, de uma educação inter e transcultural. A elaboração de projetos, a postura interdisciplinar, os temas tranversais, a elaboração do Projeto Político Pedagógico, são sinais deste movimento, porém encontram resistência nos seus maiores parceiros, a família, que apesar de se dizer preocupada com a formação integral dos filhos, cobra da escola uma postura exclusivamente tecnicista, baseada em afirmações como: “no meu tempo era assim é era bom” e sua maior preocupação é a nota e a aprovação.

Precisamos ter claro que os valores implícitos e explícitos que permeiam as relações entre os membros da escola são fatores determinantes da qualidade de ensino e podem chegar a influir de maneira significativa sobre o que e como os alunos aprendem. Os professores que aceitam compartilhar alunos, sem serem protegidos por uma restrita divisão do trabalho, que aceitam reunir territórios, enfrentar fenômenos de preferência e de mercado, serem observados em momentos em que nem tudo se controla e em que se manifesta menos desembargo profissional e pessoal do que se gostaria, conseguem transformar estas contradições em verdadeiros mecanismos a favor da aprendizagem significativa. Para isto, os professores devem dominar os saberes a ensinar em seu estado nativo, no mais alto nível, integrando as últimas aquisições da pesquisa, os últimos acontecimentos mundiais e a sua relação à vida cotidiana impregnada de valores cidadãos, ou podem limitar seu domínio a uma versão menos exigente, já transporta para o âmbito do ensino, tal qual figura nos programas e continuar a formar eternos vestibulandos.

Como os alunos, o professor está sujeito a ampliar, modificar, reestruturar os seus conhecimentos, os seus pontos de vista. O professor é, também, um aprendiz e precisa, com urgência, olhar para o passado prevendo o futuro para aprender a transformar o presente. Não podemos mais ser formadores de uma sociedade sem limites humanos. A escola quando analisa seu percurso histórico-social pode e deve encontrar seu novo caminho. É preciso que a Escola faça uma real inversão dos seus valores para que possamos reverter os valores da sociedade atual, que se baseia na lógica da guerra, nos países hegemônicos, que escolheu o caminho da competitividade sem solidariedade. A escola deve impregnar de sentido cada ato cotidiano. Não podemos esperar que a sociedade nasça democrática, então a escola tem este papel. Devemos passar do discurso tão comum no último século: “Formar o cidadão crítico e participativo”, para ações concretas de formação de virtuosos cidadãos.

BIBLIOGRAFIA.:
GADOTTI, Moacir. Palestra. Curitiba. Abril, 2002
MEIRIEU, P. A pedagogia entre o dizer e o fazer: a coragem para começar. Porto alegre: Artemed editora
PERRENOUD, P. Ensinar: agir na urgência ,decidir na incerteza. Porto Alegre: Artemed editora 2001

 
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Os setes saberes necessario a educação